Descrição
(…)
somos plasmas, cataplasmas
soltos no ar
sementes jogadas em vasos sanitários
vivemos parcelados
a minha primeira parcela já tá paga
o que faço com as restantes?
o saldo acabou,
estou suando, carpindo com a enxada rochas duras
vou e volto
volto e vou
caminhos isentos são o nosso habitat
mas queremos sempre ganhar
somos ansiosos, desonestos
só o cativeiro é peculiar
como feto sofro pancadas para abrir os olhos
que um dia se fecharão
vivemos em dois lados, em dois hemisférios
a vida dupla amansa a escuridão
existe uma rua sem saída
são os caminhos mornos que rondam a cidade (…)
Luiza Oliveira é poetisa atriz, bailarina, socióloga, advogada. Em 2011, lançou seu primeiro livro de poesias, chamado Afetos Transgressores; agora, em 2017, sai a sua segunda obra, chamada Da menina que matou seus bichos. Participa de diferentes saraus literários em São Paulo. No teatro, já trabalhou com diretores como Antunes Fiho, Naum Alves de Souza, Miriam Muniz, Berta Zemel. Em cinema, realizou dois longas com o diretor Elvis DelBagno: O homem do cabeça de laranja e A suíte epifânica de Luiza – este, inspirado em seus poemas.
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